Odisséia

No cume daquela serra
semeei uma roseira
o mato no cume arde
a rosa no cume cheira...

Quando cai a chuva gossa
a água do cume desce
o orvalho no cume brilha
o mato no cume cresce!

Mas logo que a chuva cessa
ao cume volta a alegria,
pois volta a brilhar depressa
o sol que no cume ardia

E quando chega o verão
tudo no cume seca
o vento o cume limpa,
e o cume fica careca...

Ao subir a linda serra
vê-se o cume aparecendo
mas começando a descer
vai-se o cume escondendo

Quando cai a chuva fria
salpicos no cume caem...
abelhas no cume picam...
lagartos do cume saem...

A hora crepuscular
todo o cume escurece,
pirilampos no cume brilham
e a lua no cume aparece!

E quando vem o inverno,
a neve no cume cai...
o cume fica tapado,
e ninugém ao cume vai...

Mas a tristeza logo se acaba,
e de novo vem o verão!
o gelo do cume cai
e todos ao cume vão!